Retomado processo de reintegração de antigos guerrilheiros da Renamo em Moçambique

Retomado processo de reintegração de antigos guerrilheiros da Renamo em Moçambique

Retomado processo de reintegração de antigos guerrilheiros da Renamo em Moçambique

Foi retomado, Ontem, na província de Sofala o processo de Desarmamento, Desmobilização e  Reintegração (DDR) de antigos guerrilheiros da Renamo. A cerimónia que contou com a presença do presidente da República, Filipe Nyusi, e do líder da Renamo, Ossufo Momade,  culminará com a desmobilização de mais de cinco mil combatentes da Renamo.

lembre-se, arrancou oficialmente no dia 29 de Julho do ano passado na histórica região de Satungira, exactamente no local onde o presidente da República manteve um encontro com o falecido líder da Renamo, Afonso Dhlakama, em 2016. Dhlakama viria a morrer vítima de doença   naquela região no dia 3 de Maio de 2018. O DDR esteve parado quase um ano devido a vários factores, com destaque a disponibilidade financeira, que estava dependente de parceiros.

Na ocasião o presidente da República, indicou que o DDR é um processo complexo "mas possível de ser concretizado. O nosso orgulho e que este processo esta a ser dirigidos por moçambicanos e para moçambicanos e conta com os nossos amigos de cooperação, que nos ajuda a trazer a máxima transparência e credibilidade. Este processo visa criar as alicerces para a almejada paz que exige  tolerância, reconciliação e inclusão".

Para Filipe Nyusi, a inclusão é fundamental, e para tal torna-se fundamental garantir que ela não seja efectiva.

"A inclusão pode ser perdida de duas principais formas. A primeira quando os que devem incluir não incluem e a segunda quando registam-se actos de auto-exclusão.

O processo reiniciou nesta quinta-feira com a desmobilização de 20 combatentes da Renamo, que já se encontro no meio das suas famílias no distrito de Nhamatanda em Sofala, onde foram bem acolhidos nas suas comunidades, facto que deixou o presidente da República feliz.

"Quero pedir a todos moçambicanos para embarcarmos juntos neste processo. Se algo estiver a falhar temos que assumir que a falha é nossa e temos que ser nós a corrigi-la. Portanto a maior reinserção dos homens residuais da Renamo será feita nas nossas comunidades. Devem ser recebidos como irmãos e não como inimigos. Eles são mais uma forca para juntos desenvolvermos Moçambique", indicou o PR. 

Por sua vez Ossufo Momade enalteceu os esforços do PR e do grupo de contacto, que na sua opinião tudo fazem para o cumprimento do acordo de cessação das hostilidades. 

"É nosso entendimento que o lançamento do DDR deve simbolizar a vontade genuína de ambas partes coabitarem politicamente para juntos estabelecermos uma plataforma de diálogo que visa alcançar o desenvolvimento do país que todos nós almejamos. O presente acto representa o nosso compromisso inequívoco de mantermos a paz, estabilidade, harmonia e reconciliação nacional, valores pelos quais o nosso saudoso presidente, Afonso Dhlakama, sempre lutou".

No acto da desmobilização, os antigos combatentes receberam roupa, material de construção e dinheiro, cujo valores variam consoante a patente de cada um. Receberam o valor inicial correspondente a três meses e depois continuarão a receber por mais nove meses.   

antigos guerrilheiros da Renamo

Ossufo Momade e ataques na zona centro

"Os ataques militares registados no Centro do país são sempre conotados com a Renamo. Mais uma vez, distanciamo-nos deles porque os mesmos não resultam do nosso Estado Maior General, e nem sequer constitui a nossa estratégia. As acções são protagonizadas a título individual e não em nome da Renamo. Por outro lado, aproveitamos esta ocasião para convidar aos seus autores a pararem com as atrocidades sob pena de estarem a martirizar o povo e a por em causa a vontade genuína do nosso saudoso presidente".

Este posicionamento do líder da Renamo, levou o Presidente da República a exortar a todos os moçambicanos a se juntarem "e a encararem  esses que atacam a outros moçambicanos, numa fase em que todos primam pela paz, como adversários de todos nós, incluindo os que estão a beneficiar do DDR. Aliás, este processo está aberto a todos antigos combatentes da Renamo. O meu governo é pelo diálogo e qualquer descontentamento estamos disponível para falar e encontramos soluções. Estamos disponíveis para dialogar com a junta militar e podermos ouvir o que é que esta mal", garantiu Nyusi.

Contactos com Mariano Nhongo

O representante especial das Nações Unidas e antigo embaixador da Suíça, em Moçambique Mirko Manzoni, garantiu hoje, sem indicar datas, que já manteve contactos com o líder da auto-proclamada junta militar da Renamo, liderada pelo major-General, Mariano Nhongo, e que estão em curso vários contactos visando encontrar uma janela para o diálogo.

"Acredito que encontraremos soluções para o diálogo. Aliás o diálogo é a melhor arma para se encontrar a paz. Há pessoas neste país que não estão satisfeitas com o sucesso do DDR. O importante é dialogarmos e chegarmos a um consenso. Vai ser assim com Mariano Nhongo. O importante era dar os primeiros passos. O presidente Filipe Nyusi também já mostrou abertura e esta atitude irá facilitar a construção de uma paz duradoira".


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